Pero de Gamboa
BiografiaPero de Gamboa nasceu provavelmente por volta de 1563. Sucedeu a Baltazar Vieira[1] como mestre de capela da Sé de Braga no início do ano de 1585. Em abril do mesmo ano foi feito diácono (6 de abril) e ordenado sacerdote (20 de abril). Acumulou este importante cargo com o de abade da Igreja de São Paio de Arcos, deixando-o dois anos depois, em 1587. Depois deste ano, acumulou novamente a sua ocupação como mestre de capela com o de capelão das Igrejas de São Salvador de Bente e São Miguel de Seide, no antigo concelho de Landim (atualmente no concelho de Vila Nova de Famalicão), continuando, contudo, a residir na cidade de Braga.[2] Desconhece-se com precisão o ano em que deixou de trabalhar na catedral, embora o ano de 1594 pareça provável. A sua residência foi, então, mudada para Bente.[2] Deste período substiste um episódio referido no segundo tomo da obra Benedictina Lusitana de Frei Leão de São Tomás:
Deste registo deduz-se que este compositor tinha ligações importantes com a ordem beneditina e que formou pelo menos um discípulo na arte da Música, Fr. Gregório da Cruz. Faleceu em Bente a 17 de março de 1638.[2] Foi um dos três maiores representantes da escola musical bracarense do Renascimento, juntamente com os mestres de capela Miguel da Fonseca e Lourenço Ribeiro. O último foi o seu sucessor direto no posto.[2] ObraA sua obra ainda era bastante popular nos anos que se seguiram à sua morte.[3] No final do século XIX, Ernesto Vieira lista-o no seu dicionário de músicos portugueses; contudo, este autor diz desconhecer qualquer notícia da sua vida e das suas obras além do relato do milagre por Frei Leão de São Tomás.[3] Na verdade, um pequeno conjunto musical da sua autoria sobrevive em dois manuscritos preservados na Biblioteca Pública Municipal do Porto. São, ao todo, 16 peças religiosas em latim que permitem caracterizar o seu autor como um dos melhores compositores portugueses do seu tempo.[2] Ver tambémReferências
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