Kyikatejê-gavião
Os Kyikatejê-gavião, são um povo indígena do grupo Gavião do Oeste cuja língua é o Timbira Oriental, da família Jê, também são conhecidos como "Koykateyê" e "Gavião Kykatejê". A denominação gavião foi dado a diferentes grupos timbiras e vem das penas da ave usadas em suas flechas[1]. Em 2010 perfaziam aproximadamente 320 indivíduos. Vivem na Terra Indígena Mãe Maria, localizada no município de Bom Jesus do Tocantins, no sudeste do estado do Pará[2]. Denominação e históriaOs Kyikatêjê fazem parte do tronco linguístico macro-jê e do grupo dos timbiras. [3] Os timbiras, por sua vez, se dividem entre os ocidentais na margem esquerda do rio Tocantins (Apinajé, no Tocantins) e orientais na margem direita do rio Tocantins (Gaviões do Oeste no Pará; Gavião Pukobyê, Krikati, Canela, Krenyê, Krepumkateyê, no Maranhão; Krahô, no Tocantins).[3][4] Os “Gaviões do Oeste” vieram a se fixar a margem direita do rio Tocantins, por rejeição ao contato com a frente de expansão, sobretudo criadores de gado nos campos maranhenses, se reorganizando em três unidades nomeadas de acordo com a localização em relação à bacia do rio Tocantins: Parkatêjê (o povo da jusante); Kykatêjê (povo da montante), e que por motivo de conflitos contra o primeiro povo, refugiou-se na montante do rio Tocantins; e Akrãtikatêjê (povo da montanha), que ocupava as cabeceiras do rio Capim.[5] Os Kyikatêjê também são conhecidos como “turma do Maranhão” em razão de, no começo do século XX, por motivo de conflito com os Parkatêjê e por recusar o contato com o homem branco, refugiaram-se em direção ao Maranhão, na região situada no curso do igarapé dos Frades, um afluente do rio Tocantins, no entorno dos atuais municípios de Cidelândia e Vila Nova dos Martírios, mas que na época faziam parte do município de Imperatriz.[5] Diante dos conflitos provocados pelas frentes de ocupação em seu território, a FUNAI promoveu a sua remoção para a Terra Indígena Mãe Maria, em 1969.[5] Vivendo juntamente com os Parkatêjê, os Kyikatêjê decidiram se separar e fundar uma nova aldeia em 2001, na TI Mãe Maria. Os Parkatêjê continuaram vivendo na altura do Km 30 da BR-222, enquanto os Kyikatêjê vivem no Km 25.[6] LínguaO povo Kyikatêjê é falante da língua Kyikatêjê, uma variedade linguística muito próxima do Parkatêjê, e que juntamente com Krahô, Krinkati, Canela Ramkókamekra, Canela Apanyekrá, Gavião-Pykobjê e Apinayé, faz parte de um grupo de línguas conhecido como “Complexo dialetal Timbira”, pertencente à família Jê, do tronco linguístico Macro-Jê.[6] CulturaUma das maiores tradições é a corrida de toras: as equipes de revezamento (formada somente por homens), carregam troncos de buriti nos ombros. O mais importante não é quem chega primeiro, o que vale mais é o divertimento. A comemoração é maior quando as equipes chegam juntas ou quase juntas[7]. O povo Kykatejê também tem um time de futebol que disputa o campeonato paraense de futebol o Gavião Kyikatejê Futebol Clube. É o primeiro time de futebol indígena do Brasil, e a maioria dos atletas é da aldeia que dá nome ao clube[8]. O treinador Zeca Gavião é também o primeiro técnico indígena do país[9]. Referências
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