Theodor Herzl
Theodor Herzl (em hebraico: בנימין זאב — Benjamin Ze'ev, e em húngaro: Herzl Tivadar; Peste, 2 de maio de 1860 — Reichenau an der Rax, 3 de julho de 1904) foi um jornalista judeu austro-húngaro que se tornou fundador do moderno Sionismo político. Sua carreiraA primeira escola de Theodor Herzl foi uma escola primária judaica. Aos 10 anos foi enviado para uma escola normal, mas saiu dessa escola por conta do antissemitismo. Depois foi matriculado num colégio evangélico, onde não existiam problemas com o antissemitismo.[1][2][3][4] Em 1878 sua família se mudou para Viena. Formou-se em Direito em 1884 e o seu trabalho inicial não tinha qualquer relação com a vida judaica, pois trabalhava como empregado não-assalariado nos tribunais de Viena e Salzburgo. Ele queria muito viver em Salzburgo, mas sua condição de judeu nunca permitiria fazer-se juiz.[1][2][3][4] Apesar de ser formado em Direito ele se dedicava mais ao jornalismo e à literatura. Ao invés de procurar um emprego fixo, começou a viajar e escrever para jornais.[1][2][3][4] Na sua juventude frequentou uma associação, chamada Burschenschaft, que aspirava à Unificação alemã, sob o lema: Honra, Liberdade, Pátria. Herzl era um judeu assimilado.[1][2][3][4] Em 1891 o jornal Neue Freie Presse ofereceu-lhe um cargo de correspondente em Paris. Ele aceitou o cargo, expressando, nesta época, suas ideias num pequeno livro. Nesse cargo ele fazia ocasionalmente viagens a Londres e Constantinopla. O seu trabalho era inicialmente do gênero da crítica literária, descritivo e não político. Mais tarde ele tornou-se o editor literário do Neue Freie Presse. Herzl tornou-se simultaneamente um escritor de peças destinadas aos palcos vienenses, tendo sido autor de comédias e dramas.[1][2][3][4] Em 1894 ele cobriu o Caso Dreyfus, que desvelou na Europa o latente antissemitismo.[1][2][3][4] Em 1895 ele escreveu o célebre livro Der Judenstaat ("O Estado Judeu"). A principal ideia do livro era que a melhor maneira de formar um Estado judeu era formar um congresso sionista formado apenas por judeus. Da ideia partiu para a prática e, pouco tempo depois, já havia formado o "Sionismo Político". No dia 29 de agosto de 1897 foi realizado o Primeiro Congresso Sionista desde a diáspora, em Basileia. Durante o congresso foi criada a Organização Sionista Mundial, e Herzl foi eleito presidente.[1][2][3][4] Em 1904 morreu vítima de problemas cardíacos, após uma pneumonia. Herzl tinha conhecimento do seu problema de saúde e desejava realizar o máximo possível antes de morrer. Após a fundação do Estado de Israel seus restos mortais foram trasladados do seu túmulo em Viena para o memorial no Monte Herzl em Jerusalém, onde estão sepultados os grandes líderes do sionismo e de Israel. À entrada do memorial, foi construído um museu dedicado à vida e realizações de Theodor Herzl.[1][2][3][4] ControvérsiaTheodor Herzl escreveu em seu diário[5] que, ao ocupar a terra dos donos originários, é preciso "expropriar gentilmente a propriedade privada", devendo-se "estimular a população miserável a procurar emprego nos países fronteiriços e negar-lhe emprego em nosso próprio país". No mesmo diário, Theodor Herzl afirma que "ambos os processos de expropriação e de remoção dos pobres devem ser conduzidos de forma discreta e circunspecta".[5] Herzl defendia que, após a criação de um Estado Judeu, a transferência de não-judeus para fora dele deveria se dar negando-lhes os meios de subsistência dentro do Estado Judeu, a fim de que não-Judeus os procurassem em outro lugar. Em "O Estado Judeu", Theodor Herzl avalia se a ocupação deveria ocorrer na Palestina ou na Argentina ("Devemos escolher a Palestina ou a Argentina?") e listou as vantagens de cada localidade. A Argentina foi uma candidata para Herzl devido à compra das terras naquele país pelo barão Maurice de Hirsch para assentar 3 milhões de judeus.[6] Resoluções do primeiro Congresso Sionista em Basileia
Líder do Movimento SionistaA partir de 1896, ano da tradução para o inglês do seu livro "O Estado Judeu", a sua carreira tomou uma nova direção e ele adquiriu uma reputação diferente.[1][2][3][4] O livro foi considerado o ponto de partida do movimento Sionismo. Pregava que o problema do antissemitismo só seria resolvido quando os judeus dispersos pelo mundo pudessem se reunir e se estabelecer num Estado nacional independente.[1][2][3][4] Herzl impressionado pelo caso Dreyfus, cobriu seu julgamento para o jornal austro-húngaro e também foi testemunha das manifestações em Paris após o julgamento em que muitos cantaram pelas ruas "Morte aos Judeus"; isto convenceu-o da possibilidade de as manifestações anti-judaicas atravessarem as fronteiras e refletirem até a Polônia ou Alemanha, países que reconheciam sua influência.[1][2][3][4] Publicações
ReferênciasBibliografia
Ver tambémLigações externas
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