Esta interface situa-se no extremo sudeste da Avenida Ferreira Godinho, que aqui termina em beco, junto à praia homónima e à foz do Rio Jamor, na sua margem direita, situando-se a localidade nominal na margem oposta — há acesso pedonal ao respetivo centro (igreja), numa distância de menos de meio quilómetro via i.a. travessia pedonal instalada na ponte ferroviária contígua à estação;[4] o acesso rodoviário, que recorre a ponte mais a montante, cobre cerca do dobro desta distância.[5]
Infraestrutura
Como apeadeiro de uma linha em via dupla, esta interface apresenta-se nas duas vias de circulação (I e II) cada uma acessível por plataforma com 143 m de comprimento e 110 cm de altura.[3] O edifício de passageiros situa-se do lado norte da via (lado direito do sentido ascendente, para Cascais).[6][7]
Situa-se junto a esta estação a substação de tração de Cruz Quebrada, contratada à C.P., que contribui aqui para a eletrificação da Linha de Cascais.[3]
Serviços
Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo urbano no serviço “Linha de Cascais” tipicamente com 69 circulações diárias em cada sentido entre Cais do Sodré e Cascais ou Oeiras; passam sem paragem nesta interface 33 circulações do mesmo tipo, entre Cais do Sodré e Cascais.[8]
Um alvará de 15 de Outubro de 1891 autorizou o empresário Jaime Henrique Pereira Bramão a construir um caminho de ferro no tipo americano entre esta estação e Carnaxide,[10] tendo a concessão sido prolongada até São José de Ribamar em 10 de Março de 1892.[11]
Décadas de 1910 e 1920
Em 7 de Agosto de 1918, a Linha de Cascais foi subarrendada à Sociedade Estoril.[12] Esta empresa iniciou um programa de modernização da linha, que incluiu a instalação da tracção eléctrica, inaugurada em 15 de Agosto de 1926, e reconstrução total desta estação.[13]
Esta estação é a segunda das quatro referidas por Fernando Pessoa no poema “Anti-Gazetilha” (Sol 1926.11.13; mais tarde incluído como “O Comboio Descendente” em numerosas antologias e musicado nos anos 1980 por Zé Mário Branco), que descreve um sinuoso e improvável «comboio descendente» que segue de «Queluz à Cruz Quebrada», «da Cruz Quebrada a Palmela», e «de Palmela a Portimão».[14][15]
Décadas de 1930 e 1940
Em 1933, a Sociedade Estoril fez obras de reparação no edifício da estação.[16]
Em 1 de Setembro de 1939, a Gazeta dos Caminhos de Ferro Noticiou que o Ministério das Obras Públicas iria publicar em breve um decreto sobre a alteração do traçado da Linha de Cascais no lanço entre esta estação e Alcântara-Mar, devido às obras de construção da Estrada marginal entre Lisboa e Cascais.[17]
Durante a década de 1990, a operadora Caminhos de Ferro Portugueses realizou várias obras de modernização na Linha de Cascais, no âmbito de um programa de requalificação das redes ferroviárias suburbanas de Lisboa, tendo sido construídas várias novas subestações de tracção eléctrica, uma delas nesta estação.[20]
↑NONO, Carlos (1 de Outubro de 1950). «Efemérides ferroviárias»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 63 (1507). p. 353-354. Consultado em 18 de Abril de 2017
↑NONO, Carlos (1 de Março de 1949). «Efemérides ferroviárias»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 61 (1469). p. 169-170. Consultado em 18 de Abril de 2017
MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
Reis, Francisco; Gomes, Rosa; Gomes, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856 - 2006. Lisboa: CP - Comboios de Portugal e Público - Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN989-619-078-X
Leitura recomendada
CERVEIRA, Augusto; CASTRO, Francisco Almeida e (2006). Material e tracção: os caminhos de ferro portugueses nos anos 1940-70. Col: Para a História do Caminho de Ferro em Portugal. 5. Lisboa: CP-Comboios de Portugal. 270 páginas. ISBN989-95182-0-4 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
GOMES, Levy Nunes (2006). Cruz Quebrada - Dafundo: Património e Personalidades. Oeiras: Câmara Municipal de Oeiras - Gabinete de Comunicação. 171 páginas. ISBN989-608-030-5
NETO, Paula; VALENÇA, Costa (2013). Ao ritmo de Cruz Quebrada - Dafundo. Oeiras: Câmara Municipal de Oeiras. 73 páginas. ISBN978-989-608-161-4 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
SALGUEIRO, Ângela (2008). A Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses: 1859-1891. Lisboa: Univ. Nova de Lisboa. 145 páginas