Estação Ferroviária de Sacavém
A estação ferroviária de Sacavém (nome anteriormente grafado como "Sacavem")[4] é uma estação ferroviária da Linha do Norte, estando dividida entre a freguesia de Sacavém e Prior Velho (município de Loures) e a freguesia de Parque das Nações (município de Lisboa), Portugal. Situada perto da foz do rio Trancão, é utilizada pelos serviços de passageiros da CP Urbanos de Lisboa da Linha da Azambuja e da Linha de Sintra. DescriçãoLocalização e acessosEsta estação está situada na margem sul (direita) da foz do rio Trancão, no extremo oriental da malha urbana de Sacavém, a leste do Monte Sintra e da antiga fábrica de louça, distando menos de um quilómetro do centro da localidade (Largo 5 de Outubro), tendo acesso, desde 1998,[5] pela Rua Domingos José de Morais junto ao local onde nesta entronca a Rua Roald Amundsen,[6] anteriormente designada Rua da Estação.[7] InfraestruturaO edifício de passageiros situa-se do lado poente da via (lado esquerdo do sentido ascendente, para Campanhã).[8][9] A construção, inicialmente em estilo neomanuelino, foi depois[quando?] reconstruída em materiais mais modernos.[carece de fontes] O painel de azulejos azul e branco, que identifica a estação ainda com a grafia oitocentista ("Sacavem"), é dos elementos mais antigos da estação, e que subsiste desde os tempos originais.[carece de fontes] Em dados de 2007, o edifício de passageiros, com sala de espera e bilheteira, encontra-se encerrado e sem outro uso.[5] Como apeadeiro de uma linha em via quádrupla, esta interface apresenta-se nas quatro vias de circulação (I, II, III, e IV) cada uma acessível por plataforma — todas com de 220 m de comprimento e 90 cm de altura.[3] ServiçosEm dados de 2023, esta estação é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo urbano dos serviços chamados “Linha de Sintra” e “Linha da Azambuja”, que circulam entre Santa Apolónia, Alcântara-Terra, ou Sintra e Azambuja, Castanheira do Ribatejo, ou Alverca, com 75 circulações diárias em cada sentido aos dias úteis e 19 aos fins de semana.[10] HistóriaEsta interface situa-se no lanço entre Lisboa e o Carregado da Linha do Norte, que foi inaugurado no dia 28 de Outubro de 1856.[11] O comboio inaugural passou por aqui sem incidentes, na direcção do Carregado, mas na viagem em sentido contrário, realizada no dia seguinte, uma das duas locomotivas teve uma avaria a chegar a Sacavém.[12] Assim, algumas das carruagens tiveram de ser deixadas ao longo do caminho, incluindo em Sacavém, uma vez que a outra locomotiva não tinha potência suficiente para rebocar sozinha a composição inteira.[12] Esta locomotiva continuou com parte do comboio até Lisboa, regressando posteriormente para recolher as carruagens que tinham ficado imobilizadas pelo caminho.[13][12] Nos horários de 1857, a estação de Sacavém fazia serviço de passageiros e bagagens, nas três classes.[14] No orçamento da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses para 1902, estava prevista a instalação de uma via transversal em Sacavém;[15] esta foi construída[quando?] antes de 1937.[7] Em 16 de Janeiro de 1914, tropas de artilharia prenderam vários grevistas que estavam a retirar os carris na zona de Sacavém, durante uma grande greve dos trabalhadores da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.[16] Três dias depois, a greve voltou a reacender-se, tendo sido descarrilado um comboio entre Sacavém e Santa Iria.[17] Em 1929, a Companhia dos Caminhos de Ferro tinha preparado um grande plano de investimentos, que incluía o desenvolvimento e electrificação da rede urbana de Lisboa, e a criação de uma gare em Sacavém para triagem de comboios de mercadorias.[18] A Linha da Matinha resulta do encurtamento de uma ferrovia mais longa, que se prolongava para Norte até entroncar com a Linha do Norte junto à estação de Sacavém.[8][9] A supressão deste segmento e a actual designação da linha datam do final dos anos noventa e advêm da implantação da Expo’98.[carece de fontes] Com a reestruturação das linhas suburbanas de Lisboa,[quando?] a estação de Sacavém ficou integrada no troço comum às “linhas” de Sintra e da Azambuja.[carece de fontes] No Directório da Rede 2012, publicado pela Rede Ferroviária Nacional em Janeiro de 2011, a estação possuía quatro vias de circulação, com 641, 712 e 747 m de comprimento; as respectivas plataformas tinham 220 e 221 m de comprimento, e 90 cm de altura[19] — valores mais tarde[quando?] alterados para os atuais.[3] Em 2012, com a criação da freguesia do Parque das Nações, passou a fronteira municipal entre Lisboa, a poente, e Loures, a nascente, a ser constituída pelo eixo da via férrea, ficando a estação virtualmente partilhada pelos dois concelhos, com repercussões também tarifárias.[20] Em setembro de 2022, foi alargado o parque de estacionamento anexo à estação em obra da responsibilidade da I.P., tendo sido demolido o armazém e respetiva plataforma — estrutura que especialistas em património ferroviário reputam como «provavelmente a edificação mais antiga do conjunto da estação».[5] Referências literáriasO escritor Eça de Queirós mencionou esta estação ferroviária no livro A Correspondência de Fradique Mendes, escrito na década de 1890:
No Guia de Portugal de 1924, é descrita a estação de Sacavém e a via férrea em redor:
Ver também
Referências
Bibliografia
Ligações externas
|