Estação Ferroviária da Póvoa
Nota: Para outras interfaces ferroviárias com nomes semelhantes ou relacionados, veja Estação Ferroviária de Póvoa de Varzim, Estação Póvoa de Varzim ou Apeadeiro de Póvoa da Arenosa.
A Estação Ferroviária da Póvoa (nome anteriormente grafado como "Povoa")[2] é uma interface ferroviária de passageiros da Linha do Norte, que serve a localidade de Póvoa de Santa Iria, em Portugal. DescriçãoSitua-se em Póvoa de Santa Iria, tendo acesso pela Rua dos Marinheiros.[3] Em dados de 2011, tinha quatro vias de circulação, todas com 301 m de comprimento; as plataformas tinham todas 90 cm de altura e 222 m de extensão.[4] O edifício de passageiros situa-se do lado poente da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Campanhã).[5] HistóriaSéculo XIXAntes da instalação do caminhos de ferro, em meados do Século XIX, o principal meio de transporte entre Lisboa e a Póvoa de Santa Iria e outras povoações ribeirinhas era a navegação fluvial ao longo do Rio Tejo.[6] Porém, este meio de comunicação era lento e pouco seguro, tornando-o pouco adequado às necessidades da região, que carecia de um meio de transporte mais avançado para fomentar o seu desenvolvimento.[6] No programa para o concurso do Caminho de Ferro de Lisboa à Fronteira de Espanha, publicado em 1852, estipulou-se que a primeira secção, de Lisboa a Santarém, tivesse passagem pelas proximidades da Póvoa de Santa Iria.[7] O primeiro lanço desta linha, entre Lisboa-Santa Apolónia e Carregado, que foi inaugurado em 28 de Setembro de 1856.[8][9] Com a instalação das linhas férreas e a modernização da rede viária, a Póvoa de Santa Iria e as outras povoações na região entraram numa grande fase de expansão industrial e urbana, provocando o declínio da navegação fluvial.[6] Durante a construção das oficinas na estação de Santa Apolónia, a maior parte dos operários foram os habitantes de Póvoa de Santa Iria e outras povoações da zona, e durante algum tempo tornou-se um fenómeno habitual a deslocação diária de dezenas de pessoas desde as suas habitações até às estações ferroviárias, onde apanhavam os primeiros comboios até Braço de Prata e depois o comboio operário até Santa Apolónia, fazendo o percurso inverso no fina do dia.[6] Século XXEm 1901, o edifício desta estação foi totalmente reedificado.[10] No orçamento da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses para 1902, foi incluída a construção de uma via transversal nesta Estação.[11] A linha férrea vai ser essencial para a germinação do ideal republicano na localidade no início do século XX.[12] Em 16 de Janeiro de 1914, foi organizado um comboio especial do Porto a Lisboa com tropas a bordo, durante uma grande greve da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, viagem que demorou cerca de 27 horas devido a diversos actos de sabotagem praticados pelos grevistas, incuindo o levantamento de carris em Póvoa de Santa Iria.[13] Dois dias depois, um comboio descarrilou entre Póvoa e Sacavém devido a sabotagem na via férrea, provocando três feridos.[14] Em 1933, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses iniciou as obras de um novo edifício nesta estação,[15] que foi concluído no ano seguinte.[16] Na Década de 1980, os Caminho de Ferro Portugueses iniciaram um grande programa de modernização da Linha do Norte, que incluiu a quadruplicação da via férrea entre Braço de Prata e Alverca, a instalação de novos equipamentos de sinalização e a reconstrução de várias estações, incluindo a da Póvoa.[17] Este programa foi depois continuado pela Rede Ferroviária Nacional.[18] A 5 de Maio de 1986 ocorreu uma colisão entre dois comboios (um rápido e um regional) nesta estação, vitimando 17 mortos e mais de 80 feridos.[19] Na Década de 1990, a estação da Póvoa foi alvo de obras no âmbito do programa de modernização da Linha do Norte, iniciado pela empresa Caminhos de Ferro Portugueses e terminado pela Rede Ferroviária Nacional. Referências literáriasNo Guia de Portugal de 1924, é descrita a estação de Póvoa de Santa Iria e a via férrea em redor:
Ver também
Referências
Bibliografia
Leitura recomendada
Ligações externas |