Buerarema é um município brasileiro situado no interior e sul do estado da Bahia. Localiza-se às margens da rodovia BR-101. Atualmente, a cidade conta com duas agências bancárias[13] e um hospital. Com relação à água, o Rio Una abastece a cidade, assim como ocorre também com São José da Vitória.[14]
O município já foi chamado de Macuco, devido ao grande número de macucos na região.[15]
Os nativos de Buerarema são chamados bueraremenses.[16]
"Buerarema" é uma palavra originária da língua tupi. Significa "madeira fedida", através da junção dos termos ybyrá (árvore, madeira) e rema (fedido).[17]
História
No século XVI, na época da chegada dos primeiros exploradores portugueses à região, a mesma era habitada pelos índios das etnias tupiniquim e aimoré.[18] Com a divisão do Brasil em capitanias hereditárias pelo governo português, a região passou a pertencer à Capitania de Ilhéus[19] Com o fracasso das capitanias hereditárias, passou a pertencer à Província da Baía.
O povoamento do território iniciou-se por volta de 1910, especialmente por flagelados das secas que assolaram os sertões da Bahia e Sergipe. Estabelecendo-se à margens do ribeirão do Macuco, os imigrantes formaram o povoado com a mesma denominação. A partir de 1922, o arraial tomou novo impulso de crescimento, com a abertura da estrada Pontal-Macuco, via de escoamento da produção. Em 1943, alterou-se o topônimo para Buerarema.[20] Seu primeiro prefeito foi Paulo Portela, eleito em 1962 e empossado em 1963.[21][22]
Reivindicação Indígena
No período entre 1910 e 1930, surgiu a figura da liderança indígenatupinambá Caboclo Marcelino, que lutava pelo reconhecimento do direito à terra dos índios de sua etnia, os Tupinambá de Olivença.[23]
No início do século XXI, ganhou notoriedade o controverso índio Babau, que encabeça o movimento dos índios tupinambás reivindicando territórios de Olivença.[23][24] fazendo uso da violência e coação contra as famílias de pequenos agricultores, obrigando-os a cadastrarem-se como indígenas para fortalecer o movimento indígena. No caso da família do agricultor se recusasse, estariam sujeitos a ameaças de morte e ter suas terras invadidas.[25][26]
O conflito culminou em 2014, quando depois de sofrer diversas ameaças, o pequeno agricultor Juraci Santana, representante do Assentamento Ipiranga, foi assassinado na frente da sua esposa e filha por três homens encapuzados.[27] O assentamento possuía cerca de 40 famílias e os caciques da região frequentemente assediavam os agricultores para que estes se tornassem autodeclarados tupinambás.[26] No evento, a população da cidade foi tomada pela revolta, a tal ponto que o então Governador Jacques Wagner solicitou ao Governo Federal a presença do Exército Brasileiro para exercer a GLO (Garantia da Lei e da Ordem)[28][29] Por ser considerado suspeito no assassinato do agricultor, foi emitido mandado de prisão para o cacique Babau. Ao tentar solicitar um passaporte para sair do país, foi constatado o mandado de prisão, e o cacique Babau se entregou sem resistência à Polícia Federal, porém cinco dias depois, uma decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça determinou sua libertação, por estarem ausentes os requisitos legais exigidos para a aplicação de prisão temporária.[30]
Em reintegrações de posse, é comum não haver resistência indígena no momento da reintegração; porém após a autoridade policial deixar o local, o agricultor fica novamente à mercê de invasões, inclusive com armas de fogo.[31][32][33]
O município de Buerarema tem uma área territorial de 219,487 km², segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o 375° município em área total na Bahia e o 4038° no Brasil.[35] Sua área urbana é de 1,97 km², ocupando a posição 319ª na Bahia e 3562ª no Brasil.[36]
Buerarema é cortada pelo rio Macuco, cujo nome deve-se à avemacuco, conhecida e abundante na região. Os primeiros casebres de Buerarema foram construídos às margens desse rio.[38][39][40][41]
Clima
O clima de Buerarema é tropical, com uma significativa redução das chuvas durante o inverno em comparação com o verão. A temperatura média é 22.9 °C. As temperaturas raramente ficam abaixo de 16 °C ou ultrapassam 33 °C.[42][43]
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2021, o município de Buerarema tinha um produto interno bruto (PIB) de R$ 208,9 milhões. Seu PIB per capita, em 2021, era de R$ 11 436,46, valor inferior à média do estado da Bahia, que era R$ 23 530,94. No PIB per capita, entre os municípios, Buerarema ocupa a posição 231ª na Bahia e 4491ª no Brasil.[53][54][55] Com um pequeno comércio, aproximadamente 46% do seu PIB advém dos serviços. A administração pública tem quase 40% de participação na economia e a indústria tem menos de 5%.[56]
O município se destaca na produção de cacau[57] e mandioca. É reconhecido pela produção de farinha de mandioca, chegando a ter o título de "Terra da Farinha".[58]
A administração pública é a que mais emprega em Buerarema.[56]
Empresas
Buerarema conta com um pouco mais de 950 empresas ativas. As empresas mais comuns no município são as dos setores de serviços, comércio varejista, alimentos, logística e transporte, restaurantes, indústrias da transformação, construção e manufatura. No setor de serviços, são quase 400 empresas. A maior empresa é do setor de comércio atacadista de equipamentos elétricos, seguida da de um posto de combustíveis.[59]
Educação
Buerarema tem quase 30 escolas: duas estaduais (ambas de ensino médio), mais de 20 municipais, 25 de ensino fundamental e 4 privadas. A taxa de escolarização estava em 91,5% (de 6 a 14 anos) em 2010, segundo o IBGE. Em 2021, o município contava com 150 docentes no ensino fundamental e 27 no ensino médio. Não há universidades ou faculdades em Buerarema.[61][62][63]
Saúde
Buerarema conta com um pouco mais de dez estabelecimentos de saúde. O município tem apenas um hospital.[64][65]
Com relação à mortalidade infantil, o município tinha 19,8 óbitos por mil nascidos vivos em 2020, segundo o IBGE.[64]
COVID-19
Até o início de 2023, Buerarema havia registrado 53 mortes por COVID-19, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.[66]
A cidade fica localizada às margens da BR-101,[73] uma das principais rodovias do Brasil. Não há aeroporto. O aeroporto mais próximo da cidade é o Aeroporto Jorge Amado, no município de Ilhéus.[74] Com relação a veículos motorizados, o meio de transporte mais comum é o automóvel.
Segundo o SENATRAN, em janeiro de 2023, Buerarema possuía uma frota de 3976 veículos, sendo 1486 automóveis, 173 caminhões, 14 micro-ônibus, 1480 motocicletas e 66 ônibus. Já em 2022, o município tinha 3966 veículos, sendo o automóvel o mais comum.[75][76]
Buerarema possui um pequeno terminal rodoviário, localizado no centro da cidade, e dele partem ônibus para algumas cidades do sul da Bahia, como Itabuna, Camacan, Eunápolis, Porto Seguro, etc. Na estação rodoviária, há um guichê apenas, que é da Viação Rota, principal empresa que atua na cidade.[77][78]
Esporte
O futebol é o principal esporte praticado na cidade. O clube que representa a cidade é a Seleção de Buerarema, que revelou o futebolista baiano Neto Berola. O clube manda os seus jogos no Estádio Municipal Antônio Carlos Magalhães, também conhecido como Macucão.[79][80]
Além do estádio de futebol, a cidade conta com um ginásio de esportes, que leva o nome do ex-prefeito Antônio Ferreira de Brito.[81]