Salinas da Margarida
Salinas da Margarida é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população estimada em 2024 pelo IBGE era de 15 568 habitantes. Está situado na porção sul do Recôncavo baiano, a cerca de 270 km da capital, Salvador. Tem como municípios limítrofes Saubara, Maragogipe, Jaguaripe, além do limite marítimo com a ilha de Itaparica, onde se situam os municípios de Itaparica e Vera Cruz. HistóriaA região era originalmente habitada pelos indígenas tupinambás. A partir de 1534, na fase inicial da colonização portuguesa, integrou a Capitania da Baía de Todos os Santos - temporariamente abandonada, em razão da morte do seu donatário, Francisco Pereira Coutinho, em 1547, mas logo recuperada (1548) pela Coroa Portuguesa. A partir de 1556, a região em que se situa o município passa a ser parte da Capitania de Itaparica e Tamarandiva,[5] doada por D. João III ao seu vedor da Fazenda, D. Antônio de Ataíde, primeiro conde da Castanheira.[6] Na segunda metade do século XVIII, as cinco capitanias criadas a partir de 1534 (Porto Seguro, Bahia de Todos os Santos, São Jorge dos Ilhéus, Peroassu ou Paraguaçu e Itaparica e Tamarandiva) foram incorporadas à Capitania da Bahia de Todos os Santos.[7] As ilhas de Itaparica e Tamarandiva retornaram definitivamente ao erário régio no ano de 1793.[8] Após a Independência do Brasil, durante o Segundo Reinado, a parte das terras da Capitania de Itaparica e Tamarandiva que era constituída de terrenos de marinha, passa a estar sob a autoridade da Capitania dos Portos da Bahia, e a área correspondente ao atual município de Salinas da Margarida é concedida ao comendador Manoel de Souza Campos,[9] que ali instala duas fazendas: a Santa Luzia e a Conceição. Na época, essa área encontrava-se escassamente povoada, e os assentamentos mais próximos eram os de Barra do Paraguaçu, de um lado, e Encarnação, do outro, proximos dos limites de Salinas.[9] [10] Conta-se que, em viagem a Portugal, Manoel de Souza Campos teria visitado as salinas de Aveiro, por acreditar na possibilidade de explorar o sal em suas propriedades, dada a notável presença de apecuns ou salgados (zonas de transição, entre o manguezal e a terra firme, caracterizadas pela alta salinidade [11]). Como não tinha experiência no assunto, Souza Campos trouxe de Aveiro o técnico José Soares. Em 1877, através da lei provincial nº 1744 é concedido, por cinco anos, a Manoel de Souza Campos e Horácio Urpia Júnior, o privilégio de estabelecerem salinas para evaporação natural.[9] Em 1881, são inauguradas as primeiras salinas, dentro de uma das propriedades do comendador, no aldeamento conhecido como Ponta da Margarida, depois chamado Porto da Margarida. A origem desse topônimo é todavia incerta: segundo algumas fontes, faria referência ao nome de uma antiga moradora do local;[10] já na versão de alguns habitantes da região, o nome seria alusivo à existência de uma grande quantidade de margaridas, na localidade.[12] A exploração do sal atraiu muitos trabalhadores, favorecendo o desenvolvimento do povoado. A Companhia Salinas da Margarida chegou a ser a décima maior empresa do Brasil, na virada dos séculos XIX e XX, e o futuro município acabaria por receber o mesmo nome da empresa. [13] Os primeiros povoados surgidos foram Arraial do Dourado e Caperenga, que cresceram impulsionados pela atividade salineira, a partir de 1885. Além do sal, havia também, em Salinas, a exploração da piaçava nativa e do dendê, mas a pesca sempre foi a sua principal atividade econômica.[9] GeografiaO município foi criado em 27 de julho de 1962, tendo os seguintes limites: ao norte, município de Santo Amaro e Baía de Todos os Santos; ao sul, municípios de Jaguaripe e Itaparica; a leste, município de Itaparica; a oeste, município de Maragojipe. Com as modificações ocorridas no mapa geográfico do estado, em virtude da criação de novas unidades políticas, os atuais limites são: ao norte município de Saubara (parte desmembrada município de Santo Amaro) e a Baía de Todos os Santos; ao sul, municípios de Jaguaripe e Vera Cruz (parte desmembrada do município de Itaparica); a leste, município de Itaparica; a oeste, município de Maragojipe. Salinas dista de Salvador, por acesso rodoviário direto 265 km e, utilizando-se o sistema ferry-boat, o percurso rodoviário é de 52 km, até o Terminal de Bom Despacho, na Ilha de Itaparica, e mais 13 km de travessia oceânica, até Salvador, dando um total de 69 km. Por via marítima direta o percurso é de 11 milhas. O município de Salinas da Margarida é banhado pelas águas da Baía de Todos os Santos e está localizado entre a latitude 12º52’16” sul e longitude 38º45’52” oeste abrangendo segundos dados do IBGE, uma área de 148,33 km² tendo em área continental de 65 km². O clima é úmido a subsumido, e sua biodiversidade é de floresta ombrófila densa, com um importante e frágil ecossistema fluviomarinho identificado como manguezal preenchendo grande parcela da costa municipal. Outro aspecto a observar é a diversidade geomorfológica da paisagem, traduzindo-se em baixada litorânea, planícies marinhas, fluviomarinhas e tabuleiros costeiros (tabuleiro do Recôncavo). Com uma área de 65 km², Salinas é constituída pelos distritos de Dendê (Porto da Telha), Encarnação, Conceição de Salinas, Cairu e pelo povoado de Barra do Paraguaçu. Os distritos de Mutá e Cações, embora próximos da sede municipal de Salinas da Margarida, pertencem ao município de Jaguaripe.[14] Praias
Comunidades
Referências
Bibliografia
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