Periodontite apicalA periodontite apical (ou pericementite apical) é uma inflamação local dos tecidos do periápice do dente, causada por uma inflamação pulpar (seja ela por cárie, trauma ou iatrogênica).[1][2] Sinais e sintomasA PA divide-se em aguda e crônica, apresentando diferentes sintomas em cada fase.[1] Na periodontite apical aguda, observa-se o estágio inicial da doença, com dor contínua, edema, dificuldade de se alimentar e a sensação de dente extruído.[1][2] Isso acontece pela predominância de uma resposta inflamatória aguda: à medida em que a inflamação se torna crônica pela permanência do estímulo agressor, a doença torna-se crônica (periodontite apical crônica) e a sintomatologia tende a desaparecer, a menos que haja reagudização por queda na imunidade.[1][2] Entretanto, o dente com PA crônica pode ter diferença na sensibilidade e apresentar mobilidade dentária.[1] Aspectos radiográficosA PA pode inicialmente não apresentar nenhum aspecto radiográfico, apenas sintomatologia clínica, em sua fase mais inicial.[1][2] Posteriormente, pode evoluir para apresentar espaçamento do espaço do ligamento periodontal.[1][2] A PA crônica tende a se apresentar como uma rarefação óssea difusa associada ao dente afetado, com perda da continuidade da lâmina dura.[1] O diagnóstico diferencial radiográfico inclui:[1]
CausasA PA está fortemente associada à lesões de cárie não tratadas, trauma dentário, ou fatores iatrogênicos.[1]
No caso de trauma dentário, como a polpa e o periodonto não estão infectados, a remoção do trauma em estágios precoces pode resolver a PA.[2] EpidemiologiaA PA é muito comum, e cerca de 52% dos adultos no mundo têm ou terão algum dente com periodontite apical em algum momento da vida.[1] Apesar disso, a PA é mais prevalente em países em desenvolvimento, e onde não há acesso adequado à saúde bucal.[1] Pacientes com doenças sistêmicas como diabetes possuem maior risco de desenvolver PA.[1] DiagnósticoO diagnóstico da PA é clínico e radiográfico.[1] Pode-se utilizar técnicas como percussão e palpação para o diagnóstico clínico do dente, assim como o teste de vitalidade pulpar (TVP).[1][2]
Além da radiografia periapical, a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) pode ser utilizada para o diagnóstico da PA em casos específicos, como de retratamento.[3] Prognóstico e tratamentoA PA tem prognóstico mais favorável no seu momento mais precoce, especialmente se não há infecção pulpar como nos casos de trauma, em que a remoção do estímulo é suficiente para resolver a patologia.[2] O tratamento de escolha para a PA não-asséptica (quando há infecção) ou quando há necrose pulpar é o tratamento de canal.[3] O prognóstico do dente com PA, desafios técnicos (como canais atrésicos ou obliterados), a preferência do paciente e custo-benefício são fatores que devem ser avaliados juntamente com o paciente pelo cirurgião-dentista, mas recomenda-se manter o dente e não extraí-lo sempre que possível.[3] Recomenda-se o tratamento de canal o mais urgente possível, ao invés de esperar e iniciar antibioticoterapia primeiro: o uso de antibióticos é recomendado quando há envolvimento sistêmico ou rápida progressão, ou imunossupressão do paciente.[1][3] A falha no tratamento endodôntico pode requerer o retratamento, ou cirurgia parendodôntica.[3] Dentes com ápice aberto devem passar pelo processo de apexificação durante o tratamento endodôntico.[3] Em último caso, a exodontia do elemento pode ser considerada a terapia de escolha.[3] O não tratamento da PA pode gerar consequências negativas ao paciente: a infecção pode se tornar ainda mais aguda, formando um abscesso periapical e até mesmo angina de Ludwig (uma complicação potencialmente fatal), ou pode se cronificar em uma PA crônica, que pode progredir para um granuloma periapical ou cisto radicular.[1][4][5] Referências
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